Gestão de ativos industriais: o papel da tecnologia na eficiência e longevidade das operações

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Com a crescente demanda por eficiência, segurança e sustentabilidade, a gestão de ativos industriais passou a ocupar um papel estratégico nas organizações. Essa atividade deixou de ser limitada à manutenção corretiva para se tornar fundamental na competividade, principalmente em setores como energia, óleo e gás, mineração, manufatura e infraestrutura.

Esse avanço tem sido acelerado pela transformação digital, com destaque para o uso de tecnologias como inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT), que ampliam a visibilidade sobre os ativos e tornam as decisões mais ágeis e precisas. Com a boa administração dos ativos, as operações se tornam mais eficientes e há possibilidade de redução dos custos operacionais. Apesar disso, com cadeias produtivas cada vez mais complexas e ativos distribuídos em diferentes localidades, os métodos tradicionais de monitoramento e manutenção tornaram-se insuficientes para acompanhar as demandas atuais de produtividade.

É nesse cenário que a tecnologia assume um papel estratégico, ajudando a equilibrar o desafio entre consumo e eficiência, um ponto crítico para o setor industrial, especialmente diante das pressões relacionadas à transição energética e ao cumprimento de metas ambientais cada vez mais rigorosas.

Nesse contexto, a IA se consolida como uma aliada na modernização da gestão de ativos. Ao processar grandes volumes de dados captados por sensores em equipamentos, linhas de produção e redes de distribuição, as soluções de IA contribuem para uma visão mais abrangente e integrada das operações. Com isso, é possível promover o uso mais eficiente dos recursos, melhorar o planejamento operacional e apoiar decisões estratégicas na indústria.

Os setores de trabalho que foram mais expostos à IA registraram um crescimento de 4,7 vezes na produtividade, de acordo com o Barômetro Global de Empregos em IA de 2024, da PwC. Além disso, um estudo da Deloitte realizado com executivos e conselheiros de 411 empresas com receita total de R$ 2 trilhões, aponta que 58% já utilizam IA no dia a dia. Apesar da maior parte do uso da IA ainda ser em rotina administrativa (44%), apoio na tomada de decisão (43%), no atendimento ao cliente (39%), análise de big data (32%) e desenvolvimento de software (32%), o levantamento indica que 79% das companhias pretendem estender a tecnologia para novas áreas, sendo 43% para predição de cenários e avaliação de risco e 46% para cálculo e modelagem de viabilidade de novos produtos e serviço.

Esse tipo de automação inteligente não apenas aumenta a confiabilidade dos ativos, como também reduz o tempo de inatividade não planejado, um dos principais vilões da produtividade industrial. A adoção de gêmeos digitais ou digital twins, que são réplicas virtuais dos ativos físicos, também é utilizada nesse contexto por algumas indústrias para prever falhas, monitorar o desempenho e otimizar as operações, pois possibilitam simulações em tempo real.

É importante ressaltar que a digitalização da gestão de ativos representa mais que a adesão de novas ferramentas. Trata-se de uma mudança de mentalidade, na qual a coleta, o tratamento e a interpretação de dados se tornam o centro das decisões operacionais.

Essa nova lógica exige das empresas investimentos em tecnologia, em capacitação de equipes, integração de sistemas e governança da informação. O grande desafio, portanto, está em transformar dados em decisões acionáveis, ou seja, extrair valor real das informações capturadas por sensores e analisadas por algoritmos.

Ao adotar essas tecnologias, as empresas estão modernizando suas operações e abrindo caminho para um ciclo de eficiência, longevidade e inovação. Um ciclo que coloca os ativos no centro da estratégia industrial.

André Sih,  Founder & Managing Partner da Fu2re.

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